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Vamos falar de gordofobia. Vamos falar de obesidade.


Vamos falar de gordofobia. Vamos falar de obesidade.

Há mais ou menos 6 anos venho estudando e me especializando para salvar vidas. Da minha própria forma. Do jeito que considero certo e cabível a mim.

Não sou médica.

Sou psicóloga, nutricionista ayurvédica, coach de saúde, chef de culinária funcional e o que considero mais importante: sou uma pesquisadora. Não forneço medicamentos nem receitas mágicas. Forneço informação e conhecimento.

Há um tempo fico observando, em meu consultório, consultorias, minhas redes sociais e até mesmo em meu dia a dia, pessoas evitando falar ou cautelosas sobre assuntos ou termos relacionados ao excesso de peso. Até que ponto é preconceito e até que ponto o assunto merece e deve ser discutido?

Hoje estamos em um mundo onde a linha tênue do que é realmente preconceituoso e desrespeitoso e do que deve ser mencionado e tratado com atenção é bem delicada. As pessoas preferem não falar mais sobre certos assuntos para evitar atritos. Seja sobre cor, raça, orientação sexual, obesidade, gênero... Precisamos de instruções para evitar processos. Mas precisamos, ao mesmo tempo, falar sobre certos assuntos para tornarmos o mundo um lugar melhor e mais humano também.

Eu estou aqui para trazer alguns pontos importantes que devem considerados. Sem ser apedrejada, injustamente crucificada ou mal interpretada, pois existem pessoas morrendo e o assunto aqui não é preconceito. Estou aqui para falar de obesidade.

Obesidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma doença causada pelo excesso de gordura no organismo. Esse excesso prejudica a saúde. Prejudica as artérias,  o coração, sobrecarrega o fígado, inflama o corpo e as células. Células inflamadas comprometem o desempenho cognitivo, físico, a disposição e o fluxo sanguíneo . Causa alterações no colesterol, tendência à diabetes, hipertensão, artrose, tromboses venosas e doenças coronarianas. Alguns pesquisadores já chegaram a cogitar a ideia da obesidade estar ligada ao câncer e outras doenças mais sérias.

Não estou aqui falando do pneuzinho de ninguém, do excesso de dobrinhas na barriga ou de um quadril largo. Estou falando de OBESIDADE. De pessoas acima do peso, que continuam comendo alimentos industrializados, inflamatórios, carboidratos e gorduras inflamatórias em excesso.

Quais são as causas que levaram a essa situação?

O que leva essas pessoas a tendenciarem aos excessos?

Quais são os tratamentos?                                            

Quantas pessoas no mundo estão acima do peso?

O que deve ser considerado ao se tratar pessoas com obesidade?

Como saber se você está acima do peso ou se sua saúde está correndo riscos?

De sete bilhões de habitantes do planeta, 24% estão com excesso de peso. Uma pessoa é considerada obesa quando o seu índice de massa corporal (IMC) é superior a 30kg/m2. Estamos ingerindo, hoje, 11 vezes mais carboidratos que gorduras. A base da alimentação mundial é de carboidratos, embalados, empacotados, industrializados. E ninguém fala direito sobre isso. Comer mal é normal.

Desde os tempos primórdios, nos alimentamos de muitas gorduras boas, legumes e verduras. A indústria nos convenceu de que as gorduras engordam e os carboidratos fornecem energia. Salpicaram açúcares, disfarçados e descarados, nos alimentos e viciaram nosso paladar e nossas mentes. Mas isso são detalhes para um próximo post.

O ponto importante aqui é que as pessoas não se alimentam mais como deveriam. Hoje, pessoas morrem devido ao sobrepeso todos os dias. Morrem pela comida que comeram e continuaram comendo. Estudos indicam que nossos filhos viverão 10 anos a menos que nós devido ao ambiente alimentar que construímos ao redor deles.

Se você encontra-se acima do seu peso “normal” e está fadigado, prejudicado física e cognitivamente, se sentindo pesado e com tendência à depressão, você pode estar fadado a uma saúde comprometida. Converse com alguém que você confie. Expresse-se de alguma forma. Isso é importante para que se externalize algo que pode ser tão intenso e tão complexo.

Nos encontramos em uma realidade terrível hoje. Passamos boa parte do tempo de nossas vidas paranóicos com assassinatos, sequestros, acidentes, doenças viróticas, pressão alta, entre outras fatalidades (que são importantes também, não me interpretem mal), que não nos atinamos para o fato de que a obesidade e as doenças relacionadas à dieta são as que mais matam no mundo (até mais que câncer). Qualquer médico ou profissional da área de saúde (que se atualize) irá te confirmar isso.

A minha preocupação não é somente com as pessoas que já se encontram obesas e correm riscos de saúde. A minha preocupação maior é com as pessoas com tendências a excessos que negam suas dificuldades. Que negam suas frustrações. Que comem escondido de si mesmas e que apresentam medo e resistência a falar sobre esses assuntos. Que associam qualquer menção ao sobrepeso à gordofobia ou preconceito. Essas pessoas são as que provavelmente não vão tocar no assunto. Vão ignorar os pedidos de socorro do próprio corpo e vão colapsar a qualquer momento. Não é somente a pessoa com sobrepeso ou doente que sofre. Toda a família sofre. Se preocupa. Se frustra.

O que nos levou a essa situação catastrófica? Essa pergunta é fácil e todos nós sabemos a resposta. A vida moderna, a necessidade de opções práticas de alimentos, a correria do dia a dia, os fast foods, as deliciosas opções de lanches, de congelados, de empacotados e saquinhos. O aumento das demandas, das expectativas, das cobranças do mundo, do excesso de estímulos, a necessidade de respostas e resultados rápidos. Tudo isso nos expõe a situações de excessos.

Há pouco mais de 30 anos, os alimentos eram ricos de histórias, de nutrientes, de vida. Hoje, mais de 70% da alimentação que compõe a vida das pessoas é processada, rica em conservantes, elementos mortos e os mais variados tipos de aditivos e ingredientes extras. As informações nos rótulos dos produtos que se vendem por aí são ridículas. As empresas se autopromovem, aproveitando de termos e expressões que as pessoas desconhecem ou conhecem pouco. Como se pode dizer que um produto tem baixo teor de açúcar quando está cheio de açúcar pra compensar a falta de sabor?  Existe açúcar em tudo! Ou pelo menos quase tudo. Você lendo esse nome no rótulo ou não. Existem os açúcares disfarçados e poucas pessoas sabem reconhecê-los. Não existe um lugar que ensine as pessoas a se protegerem desses ataques e aproveitamento das indústrias. Elas nos enchem desses elementos viciantes como açúcar, gorduras hidrogenadas, ingredientes X, Y, Z. Assim fica mais fácil nos controlar. Nos alienar. Vender e prosperar às nossas custas.

O poder do alimento ocupa um lugar privilegiado em nossas vidas, em nossas casas. Nos conecta aos melhores pedaços e momentos de nossas vidas. Aprender a fazer a própria comida é um ato de libertação. O alimento nos conecta. A mesa une as pessoas. As embalagens e o que já vem pronto de fábrica separa.

Cuidar da saúde é algo essencial para quem quer viver com qualidade. Ela se inicia pela boca. Ela se mantém pela boca. E morre por ela também.

Falar sobre obesidade não é falar sobre estética. É falar sobre saúde. É discutir consciência. É procurar promover soluções. O mundo precisa delas.

“Faça do seu alimento seu remédio.’

Vamos falar sobre assuntos. Vamos, através de informações, discutir e promover soluções. Vamos nos unir e prosperar à nossa própria custa.

Namasté,

Xanda. 

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