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Segredos da compulsão e vício alimentar


Comer vai muito além do alimento em si. É um conjunto de estímulos para todos os sentidos. Mexe com nosso paladar, nosso olfato, nossas memórias... O ato de comer pode despertar lembranças boas, ruins, nos conectar a pessoas queridas, momentos marcantes ou momentos importantes da nossa infância que ficaram enterrados no insconsciente. Ou seja, comer pode nos despertar lembranças que não estamos cientes, trazendo somente as boas sensações sem as memórias conscientes. Como quando você sente um cheiro específico que sempre te lembra uma certa pessoa, ou uma musica que te traz uma sensação boa, sem você saber exatamente o porquê. Provavelmente você escutou essa musica em algum momento bom de sua vida, e isso te marcou. Mas você permanece somente com o estímulo. Não com a memória consciente.

Foto: Google

O vício pelo alimento, ou o tratamento da compulsão alimentar vai muito além do alimento em si. Para entender e trabalhar esses transtorno, muitas vezes é necessário reinterpretar essas lembranças e ligar as relações inconscientes que a pessoa faz com o alimento. Como por exemplo uma pessoa que gosta muito de massa, pão, carboidratos massudos, não consegue largar esses alimentos mesmo sabendo que o excesso de carboidrato engorda, faz mal à saúde e que o glúten é um alimento extremamente inflamatório. Mas ela simplesmente não consegue desapegar desses alimentos. A questão aqui, muitas vezes não é somente fazer um trabalho alimentar de “desmame” do carboidrato com a pessoa. (Esse é também um processo extremamente importante para o tratamento, já que é comprovado que o carboidrato refinado, que na verdade é açúcar, age na mesma área do cérebro que drogas como cocaína e heroína: causa vício e tendência a compulsão). Mas concomitantemente um trabalho psicológico para que essa pessoa se conscientize dessa associação inconsciente que ela faz do alimento com lembranças prazeirosas antigas, lembranças que de certa forma ainda a vinculam a bons sentimentos. Como no caso da Maria*. Uma paciente que chegou a meu consultório com relatos de não conseguir largar o chocolate. Maria tinha sim o vício químico ocasionado pelo açúcar que tem no chocolate (que expliquei pra vocês acima como ele age) mas mais do que isso: Maria tinha o vício psíquico e o apego emocional a emoção que o chocolate a remetia. Mesmo que sentisse uma culpa estrondosa após devorar uma barra inteira de chocolate, mesmo que estive insatisfeita com seu peso e infeliz com sua auto-imagem, Maria não conseguia se controlar quando ficava triste, estressada, deprimida e se recorria desesperadamente a sua válvula de escape.

Foto: Google

Nós somos seres racionais. Muitas vezes só conseguimos colocar em prática aquilo que é lúcido a nós e que nos faz sentido. Quando durante o processo de desintoxicação emocional de Maria, conseguimos associar o chocolate que comia em situações de desprazer, á situações que a remetiam a lembranças prazeirosas de sua infância, como quando passava as páscoas com sua família toda (que hoje seus pais são separados e ela perdeu um de seus irmãos em um acidente de carro). Isso a trazia conforto e inconscientemente despertava alegria. Depois disso, finalmente entendemos que o chocolate era muito mais do que um alimento que a confortava pelo sabor doce. Era um alimento que a remetia lembranças de quando se sentia inteira, completa. Realizamos varias práticas para trabalhar essa simbologia de Maria e a ajudar obter o controle pelo chocolate. A partir do momento que essa associação chocolate/ emoção fez sentido a ela, Maria começou a mudar sua relação com aquele alimento. Algumas dicas podem ser aplicadas para você que sofre com algum vício, ou compulsão assim como Maria, ir trabalhando e evoluindo. Aqui seguem 3 delas : 1- identifique o alimento mesmo que ainda desconheça a causa. Massa, pão, chocolate, açúcar de qualquer tipo, café ou qualquer alimento. Tente afunilar o máximo que puder. Cada alimento terá um significado específico. Ao identificar qual, já fica mais fácil de direcionar a sua consciência em relação à situação. Tente da sua forma, linkar situações em relação aquele alimento. Emoções, momentos... às vezes você pode se surpreender com o que pode descobrir. 2- Evite as tentações. Não compre esses alimentos e não os tenha perto de você. Se tiver, em um momento de recaída, você provavelmente irá comer. 3-Quando se sentir triste ou estressado, antes de se recorrer ao alimento, condicione-se a beber um copo de água. Treine esse comportamento. Ás vezes um vazio emocional pode ser preenchido com outra coisa e isso ser suficiente para parar de alarmar. Você interrompe o ciclo do hábito automático entre sentir- comer, colocando um obstáculo entre essa relação. Realizando então: sentir-beber água- comer (ou não). Pode ser que você desista de prosseguir. Você pode ir aplicando essas dicas e ir trabalhando com atenção essas situações delicadas para conseguir prosperar em seu “desmame”. Obviamente existem varias outras questões a serem analisadas, trabalhadas para se obter sucesso integral nesses casos. Detalhes importantes, às vezes sutis. Mas que fazem toda a diferença. Se você sofre com algum vício, apego ou compulsão alimentar e quer que eu te ajude nisso, eu tenho um programa de desintoxicação emocional/ ayurvédico que tem ajudado inúmeras pessoas a clarearem suas relações e a superarem esses problemas que geram tanta frustração e tristeza. Para mais informações sobre o programa envie-nos um e-mail para: assessoria@xandafogaca.com Namasté, Xanda. *Maria é um nome fictício para preservar a identidade da paciente.

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