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Choque de realidade


(Foto: Google) 

Muitas pessoas já associaram a alimentação saudável e natural ao sem graça, ao desprazer e ao abandono da “arte em curtir a vida”. Pior: tornou-se algo caro, elitista  e inacessível.

O que acontece, na verdade, e que poucas pessoas têm consciência, é que fomos treinados a gostar de um falso sabor temporário, diretamente ligado ao prazer. Fomos condicionados a pensar que uma empresa deve nos ditar os alimentos que devemos comer. A carne vem embalada, o macarrão, o tempero, o molho de tomate... Hoje em dia vejo até banana vindo em saquinhos e legumes embalados em tabletes de isopor.

Parece que o que não tem data de validade estipulada não é seguro de se comer.

E passamos a confiar nos rótulos das embalagens como em um amigo que nos passa alguma informação importante que devemos saber. Nos enfiaram em um mundo de latas, potes e caixas e não nos mostraram como lidar com eles. Não nos ensinaram a ler os rótulos, a entender o que aquela tabela em grego significa ou aqueles nomes estranhos parecendo latim, muito menos a entender o que vem dentro de cada produto que consumimos.

“Está escrito na frente. Compre o prometido e use. Sem mais perguntas”.

Se formos parar pra pensar, estamos sendo  bem ingênuos aqui. Quase burros, pra dizer a verdade. Colocam uma promessa tarjada na frente, enchem de porcaria por dentro, e atrás colocam um bando de palavras difíceis pra não ter muitas perguntas e encerrar o assunto.

E aí resolvemos analisar… Como um produto TÃO gostoso, pode ser tão barato?

Porque as pessoas são assim, né? Querem comida boa, sentir sabor, ter prazer… Mas não querem gastar.

Bons ingredientes são caros. Insumos de boa qualidade CUSTAM um preço alto! Então vamos pensar em um molho de latinha BEM saboroso pra dar aquela incrementada no macarrão do sábado à noite. Será mesmo que utilizaram bons tomates, manjericão fresco, temperos e especiarias de qualidade para fazer essa delícia ou ele foi feito com ingredientes ridiculamente baratos e utilizaram alguma coisa mais barata ainda para dar um sabor MARCANTE, VICIANTE e ESTIMULANTE àquele produto? Quem já foi a um bom restaurante sabe que um bom chef escolhe os melhores insumos para executar seus pratos.

Quem já ouviu dizer sobre GLUTAMATO MONOSSÓDICO vai saber que ele é um realçador de sabor, extremamente químico, viciante e um dos componentes mais cancerígenos do mundo.

Foto: Google 

"Os realçadores de sabor poluem a nossa

corrente sanguínea, pois eles têm o único

propósito de tornar uma comida feita com

ingredientes de baixa qualidade mais 

irresistível ao nosso paladar"

Flavio Passos

Seguindo essa mesma teoria, produtos com gordura vegetal, benzoato de sódio, corante caramelo, glucose de milho e açúcar invertido também deveriam ser excluídos do cardápio. Ou seja, descartar como opção 80% das prateleiras do supermercado.

E é nessa hora que bate o desespero: “vou comer o quê então, senhor?”

Estranho pensar que ficamos tão sujeitos aos rótulos que esquecemos que a comida de verdade mesmo não vem do plástico, mas da terra.

Na Áustria, crianças de uma escola, disseram achar que a vaca era lilás, tamanho o marketing da distribuidora de leite e o investimento na linda embalagem de papelão.

Importante ressaltar que ter uma alimentação saudável  não é gastar R$ 500 por mês em barrinhas de proteína, suplementos de pozinho, biscoitinhos sem glúten, leites sem lactose e lanchinhos “sem açúcar”. Principalmente porque não existe leite sem lactose e a grande maioria das barrinhas "de proteína" são, na verdade, feitas de puro açúcar. Além disso, promessas como docinhos sem açúcar na verdade são produtos cheios de substitutos químicos que te deixarão mais escravos e viciados do que o próprio açúcar. Lê-se corantes, adoçantes sintéticos, aspartame, sucralose, maltodextrina, xaropes, sequestrante EBQT, entre outros venenos.

Ter uma alimentação saudável é certificar-se que a maioria dos alimentos que você come passou da terra para a sua mesa, e não da empresa para sua mesa. E o choque de realidade não acaba por aqui!

 Foto: Google

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do MUNDO. Um brasileiro consome, em media, 5kg de agrotóxicos por ANO. Isso é mais que cinco vezes da quantidade máxima aceitável para um ser humano conseguir viver com saúde.

E não pense você, que não come verduras e legumes, que está fora dessa conta. Nessa lista entra todo o frango com injeção de água e hormônios, os embutidos e carnes com validade vencida que compõem seu cardápio diário.

Hipócrates, pai da medicina e autor da frase “Faça do seu alimento seu remédio” se reviraria no túmulo se soubesse o que nós, brasileiros, estamos fazendo com nossa saúde dia após dia.

Reclamamos de ansidade excessiva, de fadiga, estresse, excesso de atividade mental, insônia, falta de vitalidade, má-digestão, depressão… E não paramos pra analisar com consciência os verdadeiros causadores desses problemas. Aprendemos a aceitar que condições assim devem ser normais, aceitas e “administradas” com remédios ao longo de nossas vidas.

Pois adivinhe: é nisso que querem que nós acreditemos. Porque assim continuamos a comprar comida lixo, a ter uma saúde ruim, comprando remédios e dando lucros num ciclo sem fim a todas as grandes empresas.

Se não começarmos a entender que alimentação saudavel nao é moda, “não é tendência pra 2018”, não é algo elitista, mas uma CHAVE para a tranquilidade mental e a ativação do corpo, nós vamos continuar tendo em nossas gavetas pílulas para dor de cabeça, dores no corpo, remédios para dormir na cabeceira da cama e casos de doenças “incuráveis” a cada passar de ano.

Quem discursa que comer bem é caro, inacessível e para poucos: desafio ficar um mês sem comprar Pringles, chocolates, barrinhas (entre outros lanchinhos trash de todos os dias), cerveja, cereais e outros produtos caros que compõem as geladeiras de muitos todos os dias. A economia seria absurda.

Se você teve a coragem e a audácia de ler esse texto até o final, dou-lhe os parabéns. E agora vem a responsabilidade da escolha do que será feito a partir de então.  As atitudes a serem tomadas dependem exclusivamente de nós.

Não vou dizer que será fåcil, gostoso e automático a primeira instância. Mudar hábitos e adquirir outros é algo que requer muita disciplina e coragem. A boa notícia, é que é um caminho sem volta. Uma vez que você começa a colher os frutos de escolhas saudáveis, dificilmente você regridirá à vontade de ser somente mais um viciado e dependente de comidas e sabores xulos e medíocres.

Bon appétit!

Xanda.


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